Eu sempre quis deixar registrado o meu relato de parto, mas eu sempre fui enrolando e ele nunca saiu. Eu quero deixar isso registrado para que, principalmente, eu nunca me esqueça, porque isso vai acabar acontecendo (a idade chega para todo mundo, não é mesmo?!). E eu espero que o Sr. Blogger nunca acabe, pois eu não pretendo deixar registrado em nenhum outro lugar. E eu vou dividir o relato em duas partes, porque eu não sei contar histórias curtas. Seguimos então!
Bom, primeiro que eu queria muito que a Alice tivesse nascido em novembro, mas a minha neném - que é muita espertinha - resolveu nascer em dezembro. E isso não tem nada a ver com signo - caso você tenha pensado isso. O medo era ela fazer aniversário no mesmo dia que uma pessoa ruim, mas por cinco dias, ela escapou :) Só que mesmo nascendo em dezembro, a festinha do parto começou mesmo em novembro. Então no último dia de novembro, logo quando começou a ficar de noite, eu comecei a sentir algumas dores leves na lombar. Só que o mais engraçado foi que quando eu estava conversando com duas amigas no whatsapp, que não paravam de me perguntar se eu estava sentido alguma coisa (isso era antes das vinte horas), eu não estava sentido absolutamente NADA, e depois que a conversa morreu no grupo, as dores começaram. E como as dores eram leves, não tinha a menor necessidade sair correndo para o hospital, e eu jamais imaginaria que aquilo iria ficar pior. Porque sim, apesar de um momento lindo, é muito doloroso parir.
Depois que as dores começaram a ficar mais intensas, eu já não conseguia fazer mais nada. Eu acabei não jantando e indo tomar banho para tentar dormir (já que eu resolvo as minhas dores dormindo). Eu não sei quanto tempo eu fiquei no banho, mas sei que foi ótimo e super aliviou as dores que eu estava sentindo, e a minha mãe nem ligou o tanto que eu demorei. Só que quando eu sai do banho (parecendo uma uva passa grávida), as dores logo voltaram. A parte ruim, confesso, não foi nem as dores, foi ter que escutar a seguinte pergunta da minha mãe: O que você está sentindo? Gente, eu sei que pareceu bem normal a pergunta, mas aquelas dores estavam me transformando na mulher Hulk! Eu queria ter pulado no pescoço dela e fazer sentir toda a dor que eu estava sentindo, mas como uma dama de mau humor, apenas respondi: Dor! Estou sentindo muita dor. E a partir daquele momento as dores que já estavam intensas, ficaram cada vez mais fortes. Eu até tentei assistir alguma coisa na televisão, tentando achar uma posição confortável no sofá, mas sem sucesso. Eu também tentei dormir no sofá, e sem sucesso. Então resolvi ir dormir na cama.
Essa decisão foi boa, até o momento que aquelas dores se tornaram contrações de minuto em minuto, e não me deixaram mais dormir. Eu simplesmente fechava os meus olhos, começava a adormecer, quando de repente eu acordava com uma p*ta dor! Aí eu ficava na cama até a contração passar, ia ao banheiro fazer UMA gota de xixi, e voltava para cama pra tentar dormir. Esse ciclo durou até as seis horas da manhã, quando eu me irritei e fui tomar um banho. De novo, não me perguntem quanto tempo eu fiquei de baixo daquele chuveiro, mas cada minuto era maravilhoso. Nesse meio tempo, minha mãe já havia levantado e ficou me esperando na sala, e de novo ela perguntou como eu estava me sentindo. Eu respondi que estava com mais dor e que elas viam de minuto em minuto. *pausa* Despois dessas minhas palavras, minha mãe entrou em um estado que eu nunca tinha vista nela, a calma. Eu sei que eu sai do banho as nove (detalhe importante, antes de entrar para tomar banho, eu vomitei tudo o que estava no meu estomago). Desde as nove até ao meio dia, que foi quando saímos de casa, a minha mãe foi tomar café, tomar banho e arrumar algumas coisas para levar ao hospital, tudo isso na maior lerdeza do mundo pra mim. Mas enfim, no final ela ficou pronta e fomos de uber até o hospital.
Continua ...
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